Praias, lagoa e Baía de Guanabara: obras de saneamento vêm contribuindo para a recuperação das águas | A sustentabilidade pelo Saneamento

por Redação 8 Leitura mínima

Saber se as praias estão próprias para o banho está na rotina dos cariocas. Os boletins de balneabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) são a fonte oficial da informação. A organização, que está integrada à Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade do governo estadual, emite publicações atualizadas constantemente que asseguram a qualidade do lazer da população.

Tem acontecido com as praias do Flamengo e de Botafogo, assim como na Ilha de Paquetá, na capital, entre outros locais da Região Metropolitana. A Baía de Guanabara, uma das maiores do litoral brasileiro, com 412 quilômetros quadrados, onde deságuam mais de 35 rios, também vem registrando um avanço expressivo.

“Temos tido excelentes resultados na qualidade das águas de diversas regiões do estado. Na capital fluminense, as praias do Flamengo e de Botafogo são verdadeiros cases de sucesso. A maior parte dos boletins de balneabilidade da Praia do Flamengo, por exemplo, estiveram positivos entre janeiro e abril deste ano. As praias de Paquetá também vêm apresentando melhoras expressivas. A Baía de Guanabara, um dos principais cartões-postais do Rio de Janeiro, é um dos corpos hídricos altamente beneficiados pelo tratamento de esgoto e pelo investimento em saneamento”, destaca Renato Jordão, presidente do Inea.

Segundo ele, os resultados positivos são consequência dos avanços do setor de saneamento no estado. “O monitoramento realizado periodicamente pelo instituto serve como subsídio para conferir se as medidas implementadas pelas concessionárias estão sendo eficientes. À medida que a troca de troncos coletores de esgoto e outras intervenções, nos últimos três anos seguem, os impactos positivos ficam ainda mais explícitos”.

O sucesso das ações no estado documenta o poder do saneamento para a recuperação de corpos hídricos. Rio, riachos, córregos, reservatórios naturais ou artificiais, lagos, lagoas ou aquíferos subterrâneos, além de praias e demais formações marinhas, são seriamente atingidos quando não há tratamento de esgotos ou coleta de resíduos sólidos. Da mesma forma, quando são realizadas ações nesta direção, podem ser beneficiados, com resultados visíveis no curto prazo.

“O esgoto urbano não coletado contamina os rios e o oceano e provoca a entrada de uma carga orgânica que potencializa o desenvolvimento de uma comunidade microbiana que acaba consumindo muito oxigênio, criando zonas mortas”, detalha Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) e chefe da Cátedra UNESCO de Sustentabilidade dos Oceanos, sediada no Instituto Oceanográfico e no Instituto de Estudos Avançados da USP. Além disso, os resíduos sólidos, em especial os microplásticos, colocam em risco a vida marinha, ele lembra.

O professor avalia que a costa brasileira, em especial em áreas de grande adensamento populacional, concentra riscos – mas também pode proporcionar soluções de grande alcance. “A Baía de Guanabara, por ocasião das atividades que a Águas do Rio tem executado, já apresenta resultados”. Como efeito das ações realizadas pela concessionária 82 milhões litros/dia de água contaminada com esgoto deixaram de cair nas praias oceânicas e na Baía de Guanabara, importante ecossistema que já mostra seu potencial de recuperação.

Outro caso de sucesso foi registrado na Lagoa de Araruama – que, apesar do nome, não é tecnicamente uma lagoa, mas um corpo de água hipersalina que cobre 160 quilômetros da costa do Rio de Janeiro. A recuperação da área impulsionou a atividade pesqueira, o turismo e o próprio ecossistema local, indica o biólogo Eduardo Pimenta, que coordena o Grupo de Estudos da Pesca, associado ao Grupo de Ergonomia e Novas Tecnologias (GENTE) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia é a unidade da UFRJ (COPPE-UFRJ).

“Milhares de aves migratórias de diferentes pontos do planeta, do Alasca à Patagônia, passam pela região entre novembro e março. A área comporta atividades de turismo de visualização de pássaros, assim como canoagem, banhos e percurso para bicicletas. Em 1999, a lagoa estava colapsada pelo excesso de algas, provocada pelo despejo de esgoto”, ele relata. Atualmente, 85% das praias de Araruama estão em boas ou ótimas condições. “Tratar o esgoto é o caminho para o sucesso, que recupera a saúde ambiental e humana. Este exemplo do trabalho realizado pela Prolagos pode ser replicado em todo o país”.

A Lagoa Rodrigo de Freitas também é um cartão-postal em processo de recuperação. Quem caminha em seu entorno percebe a água mais límpida e uma variedade de animais que povoam novamente o local, reflexo das melhorias no sistema de esgotamento sanitário na região.

O presidente do Inea lembra que, quanto maior o investimento para o saneamento ambiental, maior a oferta de água potável e o tratamento de esgoto. “Esses indicadores não só melhoram a qualidade de vida da população, como alavancam setores vitais para a economia, como o turismo, mas também asseguram a proteção dos nossos patrimônios naturais”, comenta.

O setor de saneamento conta com uma combinação de tecnologias para alcançar esse objetivo. A Águas do Rio tem utilizado a inovação do mesmo satélite que buscou água em Marte para identificar água com cloro e assim localizar possíveis vazamentos. Esta e outras iniciativas já fizeram com que cerca de 3 bilhões de litros de água tratada por mês deixassem de ser desperdiçados, retornando ao sistema de fornecimento. Este quantitativo é o suficiente para abastecer 600 mil pessoas/mês.

A concessionária também começou em abril a instalar válvulas inteligentes em toda a região metropolitana do Rio de Janeiro. Elas vão separar as tubulações em trechos menores, monitorar o volume de água que passa pelas redes e ajustar automaticamente o fluxo.

Assim como um diafragma de uma câmera, que abre e fecha de acordo com a entrada de luz, as válvulas se ajustam automaticamente, de acordo com a demanda, apontando casos de alta pressão, que podem provocar vazamentos, mas também fluxos de água insuficientes, que devem estar ligados a desabastecimentos. As soluções são coordenadas a distância, a partir do Centro de Operações Integradas (COI) da concessionária, localizada na Praça Mauá, na Zona Portuária carioca. Assim, atua para efetivamente transformar vidas, e não apenas humanas.

Fonte: Externa

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