Astrônomos vêm monitorando o cometa 12P/Pons-Brooks enquanto ele se aproxima do Sol para um encontro no mês que vem. E os observadores posicionados no hemisfério norte são os que têm a visão mais privilegiada do objeto.
A passagem do cometa 12P está oferecendo uma rara chance para astrônomos profissionais e amadores vislumbrarem um objeto conhecido por suas espetaculares explosões de gás e poeira.
De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), este é um cometa do tipo Halley com um período orbital de aproximadamente 71 anos e um núcleo espiral (recém-descoberto) de aproximadamente 30 km de largura. Ele foi observado durante passagens anteriores pelo interior do Sistema Solar, permitindo que os astrônomos estudassem seu comportamento e características ao longo do tempo.
Se você gostou desse post, não esqueça de compartilhar:
Ainda segundo a ESA, esse objeto seria o “pai dos dragões”, por ser o provável corpo de origem dos “Kappa Draconídeos”, uma pequena chuva de meteoros ativa entre 29 de novembro a 13 de dezembro.
A visibilidade do cometa 12P/Pons-Brooks varia. Quando está altamente ativo e próximo da Terra, pode parecer muito brilhante. Outras vezes, pode aparecer mais fraco. Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, explica que ele pode surpreender.
“Ao que tudo indica, este cometa vai brilhar além das expectativas. Isso devido a uma característica que já havia sido observada em suas passagens anteriores. Ao se aproximar do Sol, ele começa apresentar explosões de brilho, que os cientistas atribuem à presença de criovulcões em sua superfície”.
Segundo Zurita, quando alcançar o periélio, a previsão é que o cometa atinja a magnitude 4.5, que o tornaria visível a olho nu. “Só que desde julho do ano passado, ele tem apresentado surtos que elevaram significativamente seu brilho. E se ele continuar com esse comportamento ‘explosivo’, pode ser que ele proporcione um verdadeiro espetáculo no céu do hemisfério norte, aparecendo inclusive durante o grande eclipse solar de 8 de abril”.
Infelizmente, o Brasil deve ficar de fora desse espetáculo. “A não ser que ocorra uma intensa explosão de brilho nos próximos dias, para nós, ele deve aparecer timidamente no início da noite, ainda imerso no brilho do crepúsculo”, revelou Zurita.