ouça como a polícia lida com domínio de cidades

por Redação 3 Leitura mínima


“A polícia diz que está preparada para qualquer tipo de crime, mas a verdade é que, quando um crime desse tipo acontece, ninguém está preparado”, afirma Adorno.

“Quando você está no desespero, é difícil você falar que você está tecnicamente preparado. Ninguém está preparado, essa é a verdade. A polícia não está preparada e a população vulnerável, muito menos.”

Ele continua: “Entrevistei vários dos policiais que participaram da ação de Araçatuba, assim como de outras cidades também, e todos eles me narraram a mesma coisa. Que foi a coisa mais trágica da vida deles, que eles pensavam a todo momento que seriam mortos, que em todo momento eles pensavam nas famílias, nas mulheres, nos filhos”.

O que também foi revelado com o documentário é que o assalto terminou bem antes do previsto.

Um policial militar reformado Walter Robson Meglio conseguiu, sozinho, atirar contra dois ladrões e, assim, fazer com que eles saíssem da cidade antes do previsto.

O produto audiovisual também revelou como estão a vida das pessoas que foram feitas reféns e a luta dos familiares das vítimas que morreram durante o assalto.

“Fui pra Araçatuba uma primeira vez pensando nessa história que estava mal contada. Mas eu não sabia a história dele [Walter]. Encontrei uma pessoa, que foi refém e que não entrou no documentário. E essa pessoa confiou em mim e me passou toda a investigação que está em sigilo. Lá, estavam todos os depoimentos”, afirma Adorno.

Após a ação de Walter, os criminosos saíram da cidade utilizando reféns como escudos humanos, que se seguraram nos carros. A ideia dos ladrões era fazer com que a PM não atirasse neles para não atingir nenhum inocente.

Mas isso não aconteceu. Durante essa fuga, a PM matou o personal trainer Márcio Possa e feriu com três tiros o garçom Eduardo Loiola.

“O que me chama atenção na história do Eduardo é que ele fala que a pior coisa que aconteceu pra ele naquela noite foi o tratamento que ele teve da polícia. E eu falo pra ele: ‘mas você foi feito refém, foi colocado em cima de um carro, os caras saíram em disparada com você, você é baleado três vezes e a pior coisa que te aconteceu foi o tratamento da polícia?’, e ele fala: ‘sim, porque me trataram como um cachorro’.”, relembra Adorno.

Com relação ao Márcio, a mãe dele trabalhou por 34 anos na Polícia Civil de São Paulo. E ninguém da polícia teve coragem de falar para ela que o caso do filho dela estava sendo arquivado.





Fonte: Externa

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