Ostentação e guerra: em meio a conflitos, bandidos da Rocinha ‘se exibem’ na web

por Redação 5 Leitura mínima

Soldados do Exército já auxiliam no cerco à favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio

Vladimir Platonow/Agência Brasil – 22.9.17

Soldados do Exército já auxiliam no cerco à favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio

O noticiário desta sexta-feira (22) é dominado pelas cenas de guerra civil na Rocinha, que é palco de violência e intensos tiroteios entre bandidos há mais de cinco dias, além das operações da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que intervém no local. Criminosos escondidos na área da mata, que circunda a comunidade, também atiram contra os policiais e, por isso,  depois de um apelo do governador Luiz Fernando Pezão, 950 homens das Forças Armadas fazem cerco na favela.

Os recentes conflitos começaram no domingo (17), por causa de um tiroteio deflagrado entre traficantes de uma mesma facção criminosa, a chamada “Amigos dos Amigos” (ADA). Segundo afirmou o porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, major Ivan Blaz, o confronto teve início após a invasão de 60 homens armados na favela da Rocinha 
a mando do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso em uma prisão federal na Rondônia, ex-comandante do tráfico na região, agora liderado por Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157.

Assim, de acordo com a PM, a guerra pelo tráfico local é motivada por uma rixa entre os criminosos Rogério 157 e Nem da Rocinha.
Os dois teriam rompido a aliança em meados do ano passado, quando Rogério determinou a execução de outro traficante da comunidade, irritando Nem. Além disso, ele devolveu o controle das bocas de fumo na favela
.

O traficante conhecido como

Reprodução/TV Globo – 09/12/2011

O traficante conhecido como “Nem da Rocinha” foi preso em novembro de 2011 durante operação militar na favela

“Ex-dono do morro”, Nem foi preso em novembro de 2011, depois de uma operação das forças de Segurança do Estado do Rio na comunidade da zona sul do Rio
. Na época, o Ministério Público afirmou que os integrantes da facção ADA praticavam atividades criminosas que iam desde o tráfico de drogas, de armamentos, explosivos e munições de uso proibido e restrito, lavagem de dinheiro, favorecimento pessoal e crime de bando agindo “conscientes e voluntariamente, de forma dolosa” para “fins criminosos diversos”.

Nas operações recentes, realizadas nos últimos dias, tanto Rogério 157
quanto os homens enviados por Nem são buscados pelos policiais. Inclusive, o delegado titular da delegacia da Rocinha, Ricardo Nunes, disse hoje que vários traficantes já foram identificados e serão indiciados em inquérito aberto pela Polícia Civil. 

Muito ouro

Cachorrão é integrante de grupo do traficante conhecido como Rogério 157

Reprodução/Jornal Meia Hora

Cachorrão é integrante de grupo do traficante conhecido como Rogério 157

Mas, enquanto presenciamos momentos de tensão e violência em vídeos assustadores, com intensas trocas de tiros entre bandidos e policiais, os integrantes da quadrilha de Rogério 157 ostentam na internet, revelando joias caras e pesadas. Em imagens inéditas, divulgadas com exclusividade pelo jornal Meia Hora
nesta sexta, os integrantes do grupo aparecem com colares, anéis e relógios de ouro, pedras preciosas e muito brilho.


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Reprodução/Jornal Meia Hora

Integrantes do grupo aparecem com colares, anéis e relógios de ouro, pedras preciosas e muito brilho

Nas fotos, encontramos os bandidos conhecidos como Da Nike
, Cachorrão
, Jonathan
e Graciel
, além do chefe Rogério 157, quem carrega um cordão de ouro em que se lê “Jesus é dono do lugar”.

Rixa conhecida

Em nota divulgada hoje, o Comando-Geral da Polícia Militar reconheceu que tinha conhecimento da rixa entre os dois criminosos, mas garantiu que não havia como prever e evitar o grave tiroteio ocorrido no último domingo.

Leia também: Polícia irá indiciar traficantes envolvidos em conflitos na favela da Rocinha

“A Coordenadoria de Inteligência da PMERJ tinha informações sobre a possibilidade de confrontos armados na Rocinha, assim como monitora inquietações entre grupos rivais em outras comunidades do estado. Contudo, dificilmente os dados coletados revelam com precisão datas e horários de possíveis invasões. Seria tecnicamente inviável montar uma estratégia de policiamento preventivo, com o emprego de centenas de homens, para evitar invasões numa região metropolitana que contabiliza mais de mil comunidades conflagradas”, informou a corporação, em nota.

 *Com informações da Agência Brasil e jornal O Dia

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