Nubank reforça área PJ, que já tem 4 milhões de clientes, e lança capital de giro | Finanças

por Redação 6 Leitura mínima

O Nubank está reforçando sua área de pessoa jurídica. A conta PJ, lançada em 2019, acaba de bater 4 milhões de clientes, o que torna o banco o maior nesse quesito no Brasil. Além do lançamento de diversas soluções transacionais, o Nubank também está avançando no crédito. O cartão de crédito foi lançado em 2021 e agora o banco está estreando no capital de giro sem garantia. O grupo trouxe para comandar a área Maximiliano Rodrigues, com passagens por Mercado Pago e Itaú.

“Pesquisas mostram que 25% dos nossos clientes PF são empreendedores, e que 75% dos clientes abrem uma conta PJ onde já tinham conta PF. Estamos acelerando agora porque temos visto um potencial exponencial de adoção pelos clientes”, comentou em entrevista coletiva. Segundo ela, as novidades até podem trazer clientes de fora da base do Nubank, mas isso deve ser residual, e o foco é mesmo em quem já é usuário PF.

Ela explica que, nos bancos tradicionais, abrir uma conta PJ ainda é custoso e burocrático, e especialmente nesse segmento de micro e pequenas empresas há uma mortalidade muito grande de CNPJ. Assim, o Nubank consegue operar nessa camada porque tem um custo de aquisição de clientes muito baixo (pegando quem já está na sua base PF), e também porque se aproveita dos dados que já tinha dos clientes, além de utilizar bastante o open finance.

“Quase 50% dos CNPJs brasileiros já estão na nossa base. Primeiro expandimos o portfólio de operações transacionais, e agora estamos sofisticando as soluções, até para atender empresas um pouco maiores, mas ainda dentro da faixa PME”, diz a executiva.

Segundo ela, o Nubank resolveu oferecer primeiro o capital de giro sem garantia por uma questão de desenvolvimento, já que esse produto é mais simples e atende uma base maior de clientes, até mesmo porque muitos MEIs não têm garantias para oferecer. De qualquer forma, deve acrescentar em breve essa opção de capital de giro com garantias. “Como fazemos com todo produto de crédito, vamos começar devagar, e ir fazendo aumentos graduais, ajustando conforme a curva de risco, a inadimplência. Como os mecanismos de decisão de crédito são diferentes, a gente consegue dar limites muito maiores do que no cartão de crédito.”

Questionada sobre o atual momento do ciclo de crédito, com a inadimplência ainda elevada entre PMEs, Chanes explicou que o Nubank sempre faz ajustes dinâmicos e testes de estresse, mas opera independentemente do cenário macroeconômico. “Lógico que estamos atentos, sempre olhando, mas sabemos que nosso modelo dinâmico vai se ajustar ao cenário, por isso estamos muito animados.” Ainda assim, ela ressaltou que PJ é diferente de PF, já que há a questão da mortalidade das empresas e que elas costumam ser mais sensíveis aos ciclos macroeconômicos.

A CEO ressaltou que o negócio PJ já é rentável. O banco ganha tarifas pontuais em algumas transações, além do “interchange” no cartão, o MDR em outros pagamentos e a receita de “floating”, sem falar dos juros cobrados nas linhas de crédito em si. Ela lembrou que o segmento de PMEs representa cerca de 30% do “profit pool” das instituições financeiras e que, assim, o Nubank precisa estar nesse mercado. Em PF, no alta renda, que é uma das áreas que o banco quer reforçar, quase 50% dos clientes também têm um CNPJ.

Por enquanto, a conta PJ existe apenas no Brasil, mas Chanes diz que é inexorável que em algum momento ela seja lançada também no México e Colômbia. Segundo a executiva, não está no radar atender empresas maiores, pelo menos por enquanto. “Nos próximos dois, três anos não está nos nossos planos entrar no middle [empresas de médio porte]. Acreditamos que dá para atender 80%, 90% das empresas PMEs de forma totalmente digital.” Segundo ela, fazer aquisições nesse segmento não faz muito sentido, pois é muito difícil encontrar outro player com uma plataforma com o mesmo nível de qualidade e escabilidade e uma base de clientes complementar.

Sobre a adquirência, que os bancos apontam que tem uma aderência muito grande com a oferta para clientes PJ, a CEO lembrou que atualmente o Nubank tem uma parceria com a Zoop, que processa seus pagamentos. “Adquirência é um negócio de escala. Pode ser que um dia a gente resolva desenvolver internamente a adquirência aqui, mas por ora não estamos botando energia nisso. A parceria com a Zoop tem funcionado bem.”

Além do capital de giro, o Nubank está lançando mais duas funcionalidades na sua conta PJ. Uma delas é o “acesso compartilhado”, que permite que funcionários e outros sócios além do dono usem a conta. O segundo é um internet banking, que permitirá também a emissão de notas fiscais. O banco está trabalhando na integração com governos locais e essa emissão vai começar, em fase de testes, com a administração estadual de São Paulo. “É difícil fazer gestão do negócio pelo celular, por isso estamos lançando a versão web”, conta Rodrigues.

Livia Chanes, CEO do Nubank no Brasil: conta PJ e cartão para o segmento nasceram de pedidos de clientes — Foto: Divulgação

Fonte: Externa

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