Em reunião com o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, lideranças de movimentos sociais pediram mudanças no pacote de cortes de gastos encaminhado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao Congresso Nacional. Segundo Macêdo, as lideranças expressaram preocupação, em especial, com as novas normas do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e com a mudança política de reajuste do salário mínimo.
“Nós ouvimos outros movimentos. Tem coisas que eu concordo com o que eles estão falando e vou defender. Mas não teve nenhum compromisso de mudança. Quem vai avaliar isso é a equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad. E, vamos retomar com os movimentos o que se encaminhou”, disse Macêdo em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. “Para ficar muito claro aqui, que isso tem uma equipe que está tocando. Quem fala sobre isso é o ministro Haddad. Nós apenas fomos ouvir os movimentos, como é uma obrigação nossa e como é a determinação do presidente.”
Segundo Macêdo, os movimentos pediram que o BPC não deixe de ser uma contribuição individual, manifestando preocupação com o conceito de “grupo familiar” para definir a renda dos beneficiários. Também pediram que se evitem alterações na definição de pessoas com deficiência, não restringindo-se apenas à classificação de inaptos para o trabalho.
Afirmaram ainda, que a obrigatoriedade de biometria para beneficiários “é uma coisa boa”, mas pediram exceções para algumas deficiências. Segundo Macêdo, houve uma “chiadeira” dos movimentos sobre a mudança nas regras do reajuste do salário mínimo proposta no pacote, incluída para atender os limites do arcabouço fiscal.
“A preocupação com o salário mínimo é real. E, com perda de direitos. Que isso não derive para termos de falta de recursos no Bolsa Família, investimentos do [programa] Pé de Meia. Então, essa é uma preocupação constante.”