O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou respeitar críticas, mas disse que a missão do BC é trazer a inflação para a meta, com o menor custo social possível. Ele ressaltou que o BC persegue as metas definidas pelo próprio governo, por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Campos Neto falou em coletiva de imprensa, em São Paulo, nesta quinta-feira (288), após a divulgação do Relatório de Inflação (RI) trimestral.
Ele foi questionado sobre as afirmações, na quarta-feira (27), do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que, ao criticar os juros como ainda altos, sugeriu a diretores do BC “estudar mais os fundamentos da economia”. “Respeitamos todas as críticas, cada pessoa tem uma forma de olhar diferente”, disse Campos Neto.
Ele afirmou que “a missão do BC é trazer a inflação para a meta” e observou que a meta, inclusive, “é determinada pelo governo, não pelo BC”.
Campos Neto disse que “o objetivo é trazer a inflação para a meta com o mínimo de custo para a sociedade possível”, sendo que esses custos dizem respeito, segundo ele, a impactos negativos sobre atividade, emprego e crédito, por exemplo.
Isso, segundo Campos Neto, é o que tem sido feito pelo BC. “O BC trouxe a inflação [para baixo] com custo bastante baixo, inclusive, o crescimento surpreendeu para cima, o desemprego tem surpreendido para baixo”, afirmou. Segundo ele, a avaliação que existe é que o trabalho do BC foi bem feito.
Campos Neto disse que, no Brasil e no mundo, a inflação alta gera desequilíbrios grandes e afeta, principalmente, as camadas mais carentes da população. Ele citou países como a Argentina e a Turquia, onde a inflação mais alta gerou desigualdade.
