O aumento da violência associada ao tráfico de drogas na cidade
de Rosário, na Argentina, colocou o governo de Javier Milei em alerta e, nesta
segunda-feira (11), o presidente culpou o socialismo pelo que aconteceu na
província de Santa Fé.
“O que o povo de Santa Fé e especialmente o povo de Rosário
terão que entender é que ter dado tanto crédito aos socialistas não é de graça.
Tudo o que eles tocam, eles destroem”, disse o presidente argentino, em
entrevista ao canal LN+.
Nas últimas semanas, o número de vítimas de ataques de matadores
de aluguel se multiplicou, uma resposta dos grupos de narcotraficantes que
operam na região às medidas de controle carcerário implementadas pelas
autoridades de Santa Fé, com o apoio do governo nacional.
As mortes de dois taxistas, um motorista de ônibus e um
frentista na semana passada levaram vários setores de trabalhadores a paralisar
atividades em Rosário: segundo a CNN, aulas foram suspensas, os ônibus não estão
circulando, postos de gasolina não estão abrindo à noite e os taxistas só estão
trabalhando durante o dia.
“Nada surpreendente onde houve muito socialismo. Essa é a
realidade”, comentou Milei, ao afirmar que os socialistas têm uma “visão de
justiça e estigmatização, que são mecanismos pelos quais eles acabam justificando
e endossando os criminosos”.
O socialismo governou Santa Fé entre 2007 e 2019, com
políticos que já tinham sido prefeitos de Rosário desde 1995.
Milei lembrou que os socialistas também votaram contra o
projeto de “Lei Ómnibus” enviado ao Congresso – que incluía, entre outros
aspectos, a declaração de emergência na área de segurança e foi rejeitado pelos
deputados – e questionou se os socialistas, “na hora de votar, o fazem a favor
dos criminosos, a favor dos narcotraficantes”.
Desde sexta-feira (8), Rosário está sob o comando de um comitê de crise, criado pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich, e composto pelas Forças Federais e apoiado pelo Exército, para tentar conter a escalada da violência associada ao tráfico de drogas em Rosário.
Nesta segunda-feira, em entrevista coletiva, Bullrich afirmou
que pedirá à Justiça que investigue os atos de violência em Rosário como
“narcoterrorismo” e anunciou um plano para retirar as armas das ruas da cidade
e visar a lavagem do dinheiro do tráfico de drogas.
“Estamos enviando ao Congresso Nacional a lei antimáfia ou antigangues, que tipifica uma nova modalidade de persecução penal do crime organizado, pegando os crimes dessas gangues e atribuindo-os a todos os seus membros, como fez o Código Penal italiano que acabou com as máfias italianas”, disse a ministra, segundo informações do Clarín. (Com Agência EFE)