A queda dos serviços em fevereiro reflete uma acomodação do setor após três altas seguidas, além do fim de receitas extraordinárias que favoreceram o resultado de janeiro. A avaliação foi feita nesta sexta-feira (12) por Luiz Carlos de Almeida Junior, analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao comentar o recuo de 0,9% em fevereiro, ante janeiro.
De maneira geral, explicou ele, a queda do setor em fevereiro foi puxada pelos serviços prestados às empresas. Questionado sobre o efeito da queda dos juros no setor de serviços, disse que, apesar da chamada “devolução” desse mês, os serviços técnico-profissionais mostraram tendência de “leve alta” nos últimos meses, o que poderia ser reflexo dos juros.
Setorialmente, os fatores que ajudaram o desempenho dos serviços em janeiro perderam força. Os serviços técnico-profissionais, onde estão os escritórios de advocacia, tiveram queda de 4,8% nesse mês de fevereiro. Eles são parte do grupo de serviços profissionais e administrativos, que teve retração de 1,9%. Os escritórios de advocacia intermediam as ações dos chamados precatórios, as sentenças judiciais transitadas em julgado, que aguardam por pagamento. Em dezembro, o governo federal editou medida provisória que abriu crédito extraordinário para esses pagamentos.
Já as empresas de edição de livros são parte do ramo de serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias, dentro do grupo de informação e comunicação. Esse ramo teve queda de 2,6% no volume, e pressionou para o recuo de 1,5% de informação e comunicação.
Na retração desse grupo de informação e comunicação, também pesou a queda de 1,5% dos serviços de tecnologia da informação, após atingirem o maior patamar da série histórica da pesquisa em janeiro.
