Eliminada do BBB24, Fernanda revela quais foram seus altos e baixos no reality

por Redação 20 Leitura mínima

Fernanda BBB24 (Globo/ João Cotta)

A viseira como principal acessório, um “destempero” com direito a frases como “chora, bonequinha”, comemorações para lá de sarcásticas e citações a boas dezenas de filmes foram algumas das marcas de Fernanda que cativaram o público do ‘BBB 24‘. Ou, pelo menos, uma alcateia inteira – como se denominaram os fãs da participante, que a apelidaram de “loba” e vibraram a cada movimento seu no jogo. A confeiteira chegou ao Top 10 da temporada, mas não conseguiu avançar, e deixou a competição com 57,09% dos votos do paredão contra Beatriz e Giovanna.

No ‘BBB 24’, você foi líder, anjo, venceu prova Bate e Volta e protagonizou discussões emblemáticas da temporada. Na sua opinião, faltou viver alguma coisa no reality? 
Acredito que não. Acho que eu vivi muito bem, dentro dos meus próprios parâmetros, as minhas emoções, minhas atitudes, meus limites. Eu até me parabenizo nisso em alguns pontos porque consegui me segurar em muitos momentos. Em outros eu acabei ficando mais triste. Mas, faltar viver algo, não. Acho que consegui transparecer bastante como eu seria em todas as situações. Fui bem verdadeira e autêntica nesse ponto.

Algo mudou na Fernanda que entrou na casa no dia 8 de janeiro para a Fernanda que sai agora?
Quando eu entrei no BBB eu estava com muito medo, muito cansada e muito desesperada dentro do meu cenário de vida. Isso foi uma pedra fundamental para me dar força, mas era a mesma pedra que me enfraquecia em questão de contato com as outras pessoas, que me despertava emoções, ansiedades. Hoje, eu posso dizer que não tenho mais medo, pelo contrário. Eu estou tendo acesso a informações que estão me dando forças para acreditar que as coisas, de fato, vão melhorar; essa era a minha preocupação. Então mudou, sim, bastante e para melhor, graças a Deus. O tempo vai me fortalecendo, agora, porque preciso entender tudo que está acontecendo. De fato já não sou mais a mesma pessoa, já não estou mais com aquele sentimento de derrota. Acho que eu conquistei alguma coisa, que ainda não sei o quê, mas foi conquistada.

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Quais foram seus altos e baixos nessa experiência que se dispôs a viver? 
A minha fé em mim mesma foi um ponto alto. Não era só a fé em Deus, porque ela, dentro de um jogo, é uma linha muito sensível de trabalhar. A gente tem que ter fé em Deus em toda a nossa vida, mas ali fica difícil ficar colocando o nome dele em vão. Então, eu acreditava muito em mim. Eu acreditava no meu enredo, na minha força, no meu propósito. Isso, para mim, foi o meu ponto forte porque eu buscava forças dentro de mim mesma a todo instante. Eu não me deixei derrubar quando as pessoas acharam que outras eram favoritas, que tinham mais chance, mais potencial. Não, porque eu estava no mesmo jogo. E eu falei em diversos momentos essa frase: enquanto eu estou aqui não tem vencedor garantido, porque eu estou aqui. A certeza de que eu estava ali e que meus motivos eram muito nobres me dava força. A força do meu desespero era tão grande que eu não tinha outra opção a não ser acreditar que eu era muito capaz, sim, de estar ali. E meu ponto baixo, que talvez tenha influenciado na minha derrota, foi a forma como eu lidava com meus sentimentos. Eu me abati, entrei em um casulo, e realmente encontrava na cama não o sono, mas uma situação que eu não conseguia resolver. Eu não queria ficar olhando para as pessoas, me estressando com elas, então eu só ficava quieta no meu canto porque sabia que ali, dentro daquela coberta, na minha cama, ninguém ia me perturbar e eu não teria que resolver questões que eu não tinha controle. Ali era só fechar os olhos, deixar o tempo passar e tentar acalmar meu coração e minha mente; era o meu momento de meditação. Ok que foi um momento bem longo (risos), mas foi onde eu encontrei segurança também. 

O Rodriguinho também foi um aliado seu na casa, embora em alguns momentos ele tenha cogitado um afastamento. Como se sentia em relação às opiniões dele sobre o seu jogo?  
No começo eu fiquei muito triste – e ele ficou até chateado por eu estar triste –porque ele e a Pitel pareciam concordar na opinião ao meu respeito, coisa que também não foi muito falada para mim, mas foi debochada em várias situações. Eu ficava perguntando: “Por que vocês estão achando que eu não tenho razão nas coisas que eu falo?”. Isso me incomodou porque eu tinha um carinho muito grande, e ainda tenho, pelo Rodrigo, e via muita importância em muitas coisas que a gente conversava. A gente tinha algumas semelhanças, então fiquei chateada de perceber durante o jogo que ele estava fazendo movimentos contra mim. Eu tinha a sensação de estar sendo traída. Mas, ainda assim, sempre gostei e me importei muito com o que ele pensava. E aqui fora é outra história.

Você observou o movimento do Lucas de se aproximar da Pitel. Tinha ciúmes da relação dos dois?
Eu sempre tive ciúmes, isso era declaradíssimo (risos). Era nítido o deslumbre dele, como ele olhava com muita emoção para ela, e eu sentia que estava muito além do jogo. Eu não posso nem tenho autoridade para dizer que ele estava apaixonado, mas a gente via uma afeição muito grande, e aquilo me incomodava um pouco. Quando eu entendi que ali não dava para competir, porque eles também tinham muitas afinidades das quais eu não tinha autonomia, de música, da idade, eu falei: “Beleza, que isso aconteça; eu só vou poder participar ou assistir”. Ele foi chegando perto de mim porque precisava estar, já que queria ficar perto dela. Mas, até então, eu nunca confiei nele. E nunca estive errada, o curioso é isso (risos).

E como acha que fica o jogo agora que você deixou a disputa? 
Eu acho que a Pitel vai se lascar um pouquinho porque ela ainda vê muita força no Lucas, vê um norte nele. Agora, com a minha saída, ela vai ficar ainda mais próxima dele. Não acho que esse seja o melhor caminho, olhando agora para o jogo. Acho que, desde o começo, se ela tivesse se fortalecido mais comigo, se a gente tivesse sido mais uma “dupla dinâmica”, a gente teria ido juntas mais longe. Acho que ela deveria dar uma despertada, ser um pouco mais neutra, e não pôr todas as crenças dela no Lucas. Se ainda tem quatro Gnomos, que fortaleça o quarteto, não um laço. Dentro do grupo tinham subgrupos, duplas e coisas do gênero, e claramente eu era um elo que não se colava com os outros. Eu saindo, seria interessante que todos se juntassem e não fizessem, por exemplo, duas duplas, como Bin e Giovana, Pitel e Lucas. Se isso vier a acontecer por algum motivo, vai ser ruim para ela.

Marcus Vinicius, antes de ser eliminado, apontou que você teria “comprado” os integrantes do Puxadinho (Raquele, Michel e Giovanna) com a pulseira do Vip na sua liderança, formando um grupo maior que jogava junto. Como avalia a formação da aliança com eles? Acha que foi uma estratégia bem-sucedida? 
Acho engraçado quando mencionam isso porque não foi uma estratégia, mas acabou sendo. Foi simplesmente a minha necessidade de conversar com o Michel; eu tinha um carinho por ele. Eu queria muito conversar com ele, e nem tanto assim com a Raquele e a Giovanna. Quando ele parou de falar comigo, assim como outras pessoas da casa, por situações que ele não tinha conhecimento, aquilo me deixou chateada. E eu falei: “Preciso falar com ele”. Mas eu achava uma loucura tirar a pessoa do ambiente dela para justificar uma coisa que ela nem perguntou. Eu precisava criar uma situação para ter brecha para falar com ele. Convenientemente eu ganhei uma prova do líder, e falei: “Agora eu tenho poder para fazer isso”. A pessoa ia dizer o quê? “Não quero ir para o seu Vip”? Ele iria e, no mínimo, iria me ouvir. O que ele ia fazer com isso depois era problema dele, mas eu queria que ele me escutasse porque eu gostava dele. A partir do momento em que ele me escuta e me entende, a gente começa a alinhar ideias e a ver que Giovanna, Raquele e Michel tinham pensamentos parecidos com os meus e da Pitel. Vimos ali uma coisa linda, uma liga que se tivesse vindo antes teria sido fundamental no nosso jogo. Então, para mim, foi um ato genuíno do meu coração que acabou virando uma estratégia. E que bom, né? (risos).

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Você demonstrava bastante incômodo com o grupo do quarto Fadas e afirmava que alguns faziam “teatro” na casa. Chegou a sugerir que Pitel seria a pessoa que poderia derrotá-los no paredão. Agora ela está no paredão com Alane e Beatriz. O que você acha que pode acontecer?
Pelo meu sentimento, a Alane sai. Eu acho a Pitel maravilhosamente grande, e não é só pelo meu olhar enviezado; acho mesmo. Ela entra em muitas rodas, muitos arquétipos. Mas, pelo enredo que agora a gente está vendo, talvez ela nem tenha chance. E é bem triste isso porque eu entendi que quando se trata de uma coisa maior, os nossos pesos não são considerados. Ela falava isso desde o primeiro dia e eu não tinha entendido, agora parece que tudo que ela narrou está acontecendo lindamente. Se for isso, ela não tem nem chance. Se não for, vai ser lindo, porque eu sei que ela tiraria lindamente uma Alane nesse paredão.

Na última semana você acabou tentando uma aproximação maior com o grupo oposto, o que foi visto com desconfiança por eles. Como avalia essa movimentação mais recente? Foi uma estratégia? 
Muitos dos meus movimentos não eram vistos como estratégia por mim porque eu não planejava, não pensava, ia mais pela minha emoção. E a minha emoção estava dizendo que eu estava cansada, que estava na reta final e que ninguém ia me convencer de que eu preciso atacar outra pessoa para vencer. Ninguém me disse que o programa era “ataque, que você ganha; odeie o outro, que você ganha; se posicione contra o outro até o último dia, que você ganha”. Como isso não foi falado e eu já estava na reta final, pensei que não queria mais isso. Eu queria mudar a minha visão sobre as próprias pessoas que eu já estava vendo de forma ruim. Me deixei levar por certos ranços que eu mesma falei que não tinha mais idade para ter. Se eu não tenho idade, por que vou continuar sismando com aquilo? Resolvi relaxar. Comecei a observar coisas que eu não estava tendo tempo para observar porque estava focada em cultivar um ranço. Comecei a ver talentos, pequenos gestos de afeto entre eles [Fadas], comecei a achar bonito, legal. Simplesmente me tornei mais acessível. Eu entendia que isso podia soar estranho e também aceitaria esse estranhamento; corri o risco. Só que, ainda assim, não iria fugir da minha vontade de não querer mais brigar. Eu não sabia que o pessoal queria que a gente continuasse brigando; eu só queria relaxar, deixar as coisas acontecerem sem a pressão de ter que culpar alguém por tudo o tempo todo.

Mesmo depois de se reconciliar com o MC Bin Laden, você ainda teve desconfianças dele, especialmente sobre o que ele teria dito de você no período em que estiveram brigados. Como estava a sua relação com ele na casa nesses últimos dias?  
A gente tinha se resolvido. Ficou realmente muito estranha a situação entre a gente, fiquei muito chateada. Ele é um menino maravilhoso, mas muito orgulhoso. Quando a gente se reconectou, ficou obscuro, ele não contou tudo. Eu sou uma pessoa desconfiada, gosto de saber onde estou pisando. Eu não tenho questão com as piores crises e problemas do mundo, mas gosto de estar preparada para elas. Não queria ataques-surpresa nem que dessem munição para os adversários usarem isso contra a gente. Se ele me contasse tudo e depois alguém viesse contar para mim, eu ia falar: “Amigão, você chegou tarde porque isso aí já está resolvido há muito tempo”. Mas eu não tinha esse mérito porque eu já estava baseada na dúvida. Ele me deixou em dúvida porque, quando perguntei o que ele tinha falado sobre mim, ele disse que de algumas coisas não se lembrava e outras preferia não falar. Depois, teve uma situação no quarto do líder em que ele simplesmente ficou irritado de novo e se sentiu no direito de não falar comigo por mais um dia. E eu pensei: “Gente, que loucura é essa? Por que eu tenho que esperar o humor da outra pessoa ao invés de resolver as desavenças?”. Aquilo ali me murchou mais uma vez ao ponto de eu deixar que ele fizesse o que quisesse, fosse resolver ou não. Era reta final e eu encarei dessa forma.

Olhando para a sua trajetória, você se arrepende de alguma coisa que tenha feito na casa ou voltaria atrás, se tivesse a chance? 
Hoje eu não me arrependo da minha briga com a Alane, que foi algo que eu disse antes, porque talvez tenha sido um dos meus momentos mais livres, mais sem amarras e sem cobranças. Eu simplesmente reagi como eu reagiria em qualquer outra situação aqui fora. Foi um momento mais “eu” dentro do meu enorme destempero. Mas, com certeza, me arrependo demais de ter me fechado muito dentro da minha dor. Me arrependo de não ter encontrado em outras situações forças para continuar o dia a dia. Nunca perdi a força do meu objetivo, mas da rotina, de comer, andar, mergulhar, malhar, falar mais com as pessoas eu fui perdendo o interesse e, com isso, me fechando. Eu queria ter sabido lidar melhor e ter tido mais enfrentamento dos meus sentimentos, e não ficar me encolhendo neles, que foi o que aconteceu.

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Quais são seus planos para essa nova fase após o BBB? Pretende seguir na confeitaria ou quer explorar outras habilidades? 
Eu quero, sim, explorar novas habilidades, ver como o público me viu, ver como isso pode ter gerado talentos comerciáveis, vamos dizer assim. Quero entender se isso tem futuro ou não, se tem espaço. E quero também fazer com que a “Bem que vai” [empresa de confeitaria] cresça porque é um projeto meu, criado do zero em um momento muito triste da minha vida, e que trouxe muitos frutos e alegrias para tantas pessoas. Não posso deixar isso morrer em vão. Mas entendo que a minha falta de conhecimento administrativo me fez me cansar do meu próprio projeto. Então, eu queria buscar forças novas para ter alegria. Projetos novos alimentam a gente, dão força. Resgatar algo que eu tive dificuldades, às vezes, é mais uma tarefa do que um despertar. E eu procuro um despertar, nesse momento, para novos horizontes, com a certeza de que eu preciso melhorar e reforçar o que eu deixei mal-acabado.

Fonte: Externa

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