Dólar avança, mas termina semana abaixo de R$ 5 | Finanças

por Redação 4 Leitura mínima

O dólar à vista encerrou as negociações desta sexta-feira em alta, em uma sessão em que os agentes ainda ponderaram as decisões de juros dos mercados desenvolvidos nos últimos dias. Operadores também mencionaram o “fixing” (definição do nível da moeda) da divisa chinesa em nível mais elevado como fator para impulsionar o dólar. A moeda americana estendeu, assim, a valorização global observada na última sessão, com o real tentando mais uma vez conter seu avanço, ainda que o dólar tenha flertado com níveis acima de R$ 5 ao longo da sessão.

Depois de ter se fortalecido com base na fraqueza das moedas europeias ontem, hoje o dólar estendeu a valorização. Operadores de câmbio mencionaram o “fixing” mais alto da moeda chinesa como um vetor para a apreciação do dólar. “O governo impondo a desvalorização do yuan chinês acabou pegando o mercado também de surpresa”, diz Marcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX, ao mencionar os fatores da valorização do dólar hoje. Riauba cita também as decisões recentes de juros.

Os agentes financeiros continuaram repercutindo as reuniões de política monetária desta semana, que mostraram sinais não tanto conservadores por parte das autoridades da Europa, enquanto nos Estados Unidos houve sinais ambíguos. Se por um lado a perspectiva de cortes para este ano permaneceu igual nos EUA, com a projeção dos Fed funds para o fim do ano se mantendo em 4,6%, por outro as estimativas das taxas para 2025 e 2026 subiram, indicando que o trajeto pode não ser de uma flexibilização muito rápida.

Para o banco ING, porém, o compromisso do BC americano em cortar as taxas deve dar fim ao dólar em níveis muito elevados. “Supondo que a desaceleração dos dados de preços permita que o Fed comece a cortar em junho, espera-se que as moedas de commodities e até mesmo o iene desfrutem de uma recuperação significativa em relação ao dólar”, diz em nota.

O chefe global de mercados do banco holandês, Chris Turner, lembra que a moeda brasileira tem sofrido, com o dólar chegando a quebrar a barreira de R$ 5, com ajuda do ruído criado com a intervenção do governo no pagamento de dividendos da Petrobras. Mas não só isso. “O real tem sido prejudicado também pela queda do minério de ferro, que fez com que os termos de troca do Brasil caíssem 30% neste ano”, diz, em nota. “No entanto, duvidamos que o minério de ferro precise cair ainda mais, embora a China continue fraca.” O executivo do ING lembra ainda que o real caiu para seu menor patamar frente ao peso mexicano desde 2003.

Ainda sobre a relação real e peso mexicano, o Bank of America (BofA) reforçou sua recomendação na posição comprada em real e vendido em peso mexicano (posição iniciada em novembro de 2023). “Os diferenciais de juros, o euro e os rendimentos dos títulos americanos favorecerão o real. Também enxergamos o real subvalorizado e o peso mexicano sobrevalorizado. A perspectiva macro parece melhor para o Brasil do que para o México”, diz o BofA, em nota semanal sobre o mercado de câmbio. Para o banco americano, os principais riscos contra essa posição são um maior déficit orçamentário no Brasil, dados os seus níveis de dívida mais elevados e fortes fluxos de entrada para o México devido ao “nearshoring” e às remessas.

— Foto: Pixabay

Fonte: Externa

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