A Latam, companhia aérea com sede no Chile, conseguiu, em 2024, um lucro líquido atribuível aos proprietários da controladora de US$ 977 milhões, aumento de 68% em relação ao apurado em 2023, quando lucrou US$ 582 milhões. A empresa conseguiu, ao longo do ano, reduzir seu custo de dívida não relacionado à frota e aumentar a liquidez. O grupo divulgou seus resultados financeiros do quarto trimestre e o consolidado do ano na sexta-feira (31).
Ao longo do ano, os aviões Latam transportaram recorde de passageiros: 82 milhões. Expandiu sua malha e fechou o ano atendendo 151 destinos em 27 países. O programa de passageiro frequente, Latam Pass, atingiu 49 milhões de membros e se mantendo o maior da região.
Mas foi o transporte de cargas um dos destaques do ano, de acordo com as demonstrações financeiras publicadas pela companhia em seu site de Relações com Investidores na sexta-feira (31). No ano, as receitas vindas desse segmento totalizaram US$ 1,6 bilhão, 12,2% a mais do que o ano anterior, com destaque para as vendas no segundo semestre.
Nos comentários da administração na demonstração de resultados, o segmento de carga voltou a ser mencionado, com a afirmação de que ele quase dobrou suas operações nos últimos cinco anos. Isso foi atribuído à melhoria da taxa de ocupação e o crescimento operacional.
Do lado das despesas, a empresa explicou que manteve uma “disciplina financeira”, ao otimizar o custo de dívida e manter o índice de alavancagem líquida ajustada abaixo de 2,0x. A liquidez fechou o ano em 27,1% e a alavancagem líquida ajustada, em 1,7x. A política da companhia estabelece uma faixa de liquidez ideal entre 21% e 25% da receita.
Esperava, assim, alcançar a nota de risco de crédito (rating) BB+. Em agosto, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou a nota de crédito da Latam de “B+” para “BB-”, mantendo perspectiva positiva, devido ao robusto desempenho operacional apoiando métricas mais fortes. Em setembro, subiu mais um degrau, para “BB+”.
Uma métrica importante para o setor aéreo é o CASK (custo por assento-quilômetro disponível), utilizada na aviação para calcular o custo de uma companhia aérea voar um assento por quilômetro. O da Latam fechou o ano de 2024 em 4,2 centavos de dólar, uma pequena diferença em relação a 2023, quando o indicador ficou em 4,1 centavos de dólar, o que, segundo o grupo, está dentro da faixa de projeção anual.
“Demonstra mais uma vez a capacidade da empresa de conter efetivamente sua base de custos e sustentar sua eficiência operacional”, comenta a administração no documento.
Além disso, uma notícia comemorada no relatório é a volta da empresa à Bolsa de Valores de Nova York, com ações listadas em julho de 2024, o que, segundo a administração, “destaca a resiliência financeira da companhia e a forte confiança dos investidores”.
Para 2025, a administração considera um programa adicional de retorno de capital aos acionistas, incluindo, dividendos incrementais, recompra de ações e/ou investimentos estratégicos visando o crescimento e alocação mais eficiente de capital, traz a carta. A gestão atual acredita que o preço atual da ação e ADRs “podem estar subvalorizados” em relação aos múltiplos históricos.
“Embora a recompra de ações não seja uma prática comum no Chile, o Conselho de Administração avaliará a possibilidade de implementar um programa de recompra de ações de até US$ 150 milhões, mitigando o impacto sobre a liquidez atual de negociação das ações”, aponta.
As ações da empresa fecharam na bolsa de NY em US$ 30,44 na sexta-feira, levando a uma avaliação de US$ 9,09 bilhões em valor de mercado.