Brasil é um ‘caso fiscal’, diz Campos Neto | Finanças

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que é importante as políticas fiscal e monetária andarem “de mãos dadas”. A fala foi feita durante entrevista ao podcast do Banco de Compensações Internacionais (BIS, em inglês) no dia 12 de março. O programa foi publicado na última quarta-feira.

“O Brasil teve muitos problemas em cortar gastos de forma estrutural, tivemos algumas tentativas e algumas reformas, mas acho que é o ponto mais importante”, disse.

Sobre o Pix, o presidente do BC disse que o sistema está sendo aberto para outros países da América Latina e que algo que o BC desejar fazer é se conectar com outros sistemas, como o Nexus. O Nexus é um projeto do BIS para facilitar os pagamentos instantâneos transfronteiriços.

Nesse tema, Campos Neto relatou que uma taxonomia é necessária para possibilitar os pagamentos transfronteiriços mais globalmente. Em evento na quarta-feira, Campos Neto chegou a dizer que a taxonomia era um dos projetos que ele gostaria de ver avançar no G20.

“A taxonomia precisa considerar aspectos importantes dos nossos países”, afirmou no podcast.

Ainda tratando de inovação no sistema financeiro, o presidente do BC disse que, com mais dados sobre as pessoas, é possível avançar na educação financeira e na competitividade do sistema financeiro com produtos mais adequados para diferentes segmentos da população.

Campos Neto exemplificou que, no limite, com dados abertos e Large Language Model (LLM), pode ser possível ter sistemas pelo Open Finance para verificar se os clientes estão consumindo um produto financeiro que não é adequado para eles ou se estão pagando muito em um empréstimo.

“Acho que tem um elemento de dados em educação financeira que gera muita inclusão e também coloca competição no sistema financeiro.”

Questionado sobre o G20, Campos Neto afirmou que não é possível escapar do fato de que os problemas principais são a desigualdade, o desenvolvimento sustentável e “tudo relacionado a fome, pobreza e inclusão”.

No track de finanças, segundo ele, “precisamos adaptar os principais objetivos” citando inclusão financeira e o tema de tornar o sistema financeiro mais sustentável.

“O G20 é um reflexo do que nós precisamos fazer coletivamente e não seremos capazes de chegar a soluções globais se não trabalharmos coletivamente.”

Campos Neto ainda ressaltou que as prioridades para o ano de 2024, na agenda de inovação, é consolidar o Open Finance e o Drex, e garantir que “nós avancemos mais nas melhorias institucionais que tivemos no passado, a autonomia do Banco Central e, obviamente, garantir que entreguemos o primeiro mandato, que é a estabilidade de preços”.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Fonte: Externa

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