O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (27) que o Brasil tem interesses soberanos que devem convergir com os de outros países, mas, se houver diferenças, “a gente tranca a cara e não faz negócio”.
A fala de Lula ocorreu durante a abertura do Encontro Nacional da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
Em seu discurso, o presidente questionou a falta de investimentos americanos no país e disse que quer que o Brasil cresça sem brigar com os Estados Unidos. “Eu não quero saber se o presidente é o Trump, o Biden ou o Obama.”
“Há quanto tempo eles não investem no Brasil? Há quanto tempo a indústria automobilística não fazia anúncio de investimento novo? Há muito tempo”, disse Lula ao participar de
Segundo ele, “bastou a China anunciar investimentos aqui, e eles anunciaram em um único mês R$ 130 bi de investimentos”, em provável referência aos aportes divulgados no começo do ano por montadoras de diversos países para o Brasil nos próximos anos.
“Na hora em que a economia começa a crescer, as pessoas começam a investir, esse é o papel de um governo”, apontou. Lula disse ainda que planeja se reunir com empresários indianos para apresentar a indústria brasileira e criar oportunidades de negócios.
Em seu discurso, destacou também que o agronegócio tem um papel importante na economia brasileira e que o setor deve ser visto como uma fonte de tecnologia e inovação, não como inimigo ou algo atrasado
Por fim, Lula afirmou que, no início dos anos de 2023 e 2024, as perspectivas de crescimento eram as mais pessimistas possíveis porque não havia credibilidade ou confiança na política fiscal.
Ele criticou os economistas que apontaram que o país cresceria, no máximo, 1,5% neste ano, chamando-os de pessimistas, e disse que a economia real sempre pode ser maior do que discurso de “especialistas que de especialistas não têm nada”.
“Aos poucos, a gente foi preparando o Brasil para surpreender muita gente que pensava assim e a economia cresceu 2,9% em 2023”, disse Lula, afirmando que, em 2024, o crescimento vai passar de 3%.