Estudo revela de que forma o trabalho ajuda a prevenir demência

por Redação 4 Leitura mínima

O impacto dos estímulos mentais adquiridos pelo trabalho é um fator fundamental para a manutenção da saúde cognitiva ao longo dos anos.

Uma pesquisa revela como as funções laborais que desafiam o intelecto contribuem significantemente para a preservação da memória e outras funções cerebrais em idades avançadas.

Créditos: iStock/boonstudio

Como o trabalho pode proteger contra o declínio cognitivo na velhice?

Como diminuir o risco de demência?

Segundo o estudo, publicado na revista Neurology, indivíduos que exercem funções que demandam criatividade e raciocínio proporcionam ao cérebro um nível de estímulo que pode prevenir condições como demência e comprometimento cognitivo leve após os 70 anos.

A pesquisa mostra que pessoas em ocupações menos exigentes mentalmente apresentam riscos significativamente maiores dessas condições.

No final, 42% dos voluntários que trabalhavam com menos estímulos mentais acabaram sendo diagnosticados com comprometimento cognitivo leve. Enquanto isso, apenas 27% dos que trabalhavam nos cargos mais estimulantes cognitivamente tiveram o mesmo diagnóstico.

Como foi conduzido o estudo sobre a influência do trabalho na saúde mental?

Os cientistas analisaram a complexidade das tarefas diárias desses indivíduos, considerando tanto o trabalho manual quanto mental. 

Por exemplo, o cargo de professor entrou na classificação de empregos mais estimulantes, enquanto aqueles que envolvem tarefas repetitivas entraram na lista de empregos menos estimulantes.

Por fim, áreas que envolviam análise e interação interpessoal acabaram apontadas como mais propensas a proporcionar os benefícios cognitivos observados.

Para chegar a essas conclusões, a pesquisa contou com cerca de sete mil voluntários noruegueses, trabalhando em 305 ocupações distintas.

O que mais pode ajudar a prevenir demência?

Além das atividades laborais, o estudo também apontou a educação como um fator de proteção contra o declínio cognitivo.

Aproximadamente 60% do efeito protetor notado entre aqueles em funções intelectualmente estimulantes pode ser atribuído a níveis mais elevados de educação formal. Isso sugere que a formação acadêmica pode construir uma reserva cognitiva que ajuda a mitigar os efeitos do envelhecimento cerebral.

O estudo sublinha a importância de uma abordagem holística para a saúde mental, que inclui a educação continuada e a escolha de carreiras desafiadoras mentalmente, não apenas nos anos formativos, mas ao longo de toda a vida profissional.

“Não é que você está condenado ou não está – podemos capacitar as pessoas para sua saúde cognitiva posterior com educação e tarefas que sejam cognitivamente estimulantes”, afirmou Trine Edwin, autora do estudo.

Afinal, como colocar estímulos para o cérebro na rotina diária?

  • Participar de workshops e cursos relacionados à sua área de trabalho;
  • Resolver quebra-cabeças e jogos de lógica;
  • Engajar-se em tarefas voluntárias que requerem planejamento e estratégia;
  • Por fim, ler e se manter atualizado sobre diversos tópicos.

Essas atividades são maneiras adicionais de manter o cérebro engajado e ativo, contribuindo para uma reserva cognitiva que pode ser crucial na terceira idade.

O estudo conclui ressaltando que atividades intelectualmente estimulantes são essenciais para um envelhecimento saudável e aponta a necessidade de políticas públicas que fomentem ambientes de trabalho e educacionais que estimulem o pensamento crítico e a criatividade.



Fonte: Externa

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