O mercado de fundos imobiliários acumula cinco meses seguidos de ganhos, após o Ifix – índice dos FIIs mais negociados da Bolsa – fechar março com alta de 1,43%, aos 3.408 pontos, maior patamar da história do indicador.
O destaque do período ficou para o Hectare CE (HCTR11), que registrou alta de mais de 20%. Na outra ponta da lista aparece o XP Properties (XPPR11), com queda de aproximadamente 10%, a maior entre os principais FIIs do mercado.
Em março, o resultado positivo do Ifix foi puxado principalmente pelos FIIs de “papel” (Títulos e Valores Mobiliários), que investem em papéis como os certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Essa classe de ativo subiu, em média, 2,42% no mês passado.
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O desempenho foi o melhor entre os principais segmentos do mercado – aqueles com mais de quatro representantes no Ifix, por exemplo. Renda urbana e desenvolvimento fecharam o mês no negativo.
Segmento | Variação (%) | Número de Fundos |
Hotel | 18,28 | 1 |
Agências | 4,23 | 1 |
Títulos e Val. Mob. | 2,42 | 40 |
Multiestratégia | 2,33 | 5 |
FoF | 2,13 | 8 |
Híbrido | 1,15 | 10 |
Logística | 1,0 | 15 |
Shoppings | 0,86 | 5 |
Lajes Corporativas | 0,7 | 10 |
Agro | 0,48 | 2 |
Renda Urbana | -0,04 | 4 |
Desenvolvimento | -0,74 | 3 |
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Maiores altas do mês
Individualmente, o HCTR11 subiu 21,5% e liderou os ganhos do mês. Na sequência aparecem o Hotel Maxinvest (HTMX11) e o Devant Recebíveis (DEVA11), com 18% e 7,9% de alta, respectivamente.
Confira os FIIs que mais subiram em março de 2024
Fundo | Segmento | Variação (%) |
HCTR11 | Títulos e Val. Mob. | 21,52 |
HTMX11 | Hotel | 18,28 |
DEVA11 | Títulos e Val. Mob. | 7,94 |
SARE11 | Híbrido | 6,38 |
SNFF11 | FoF | 6,32 |
Em março, o HCTR11 pagou R$ 0,38 por cota, montante equivalente a um dividend yield (taxa de retorno com dividendos) de 1,25%.
O rendimento deste mês é o maior desde o distribuído em agosto de 2023, de R$ 0,50 por cota. De lá para cá, o valor chegou a cair para R$ 0,17 e se manteve nos últimos meses na casa dos R$ 0,34.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira (29), a equipe de gestão explicou que o resultado de março foi influenciado pelo acréscimo de R$ 1,6 milhão, referente ao pré-pagamento do certificado de recebíveis imobiliários (CRI) Gramado Dilly.
Considerado um fundo de “papel” , o HCTR11 ainda enfrenta os reflexos da inadimplência em série de CRIs observada em 2023 – especialmente em títulos da Gramado Parks, em recuperação judicial.
Embora o valor de março seja superior ao do distribuído nos últimos sete meses, o rendimento do fundo ainda está bem abaixo das distribuições realizadas antes da inadimplência dos CRIs.
Maiores baixas do mês
Após registrar a maior alta de fevereiro, o FII de escritório XP Properties (XPPR11) acumulou queda de quase 10% em março, a maior do período. Tordesilhas EI (TORD11) e BRPR Corporate Offices (BROF11) também caíram mais de 5%.
Confira os FIIs que mais caíram em março de 2024
Fundo | Segmento | Variação (%) |
XPPR11 | Lajes Corporativas | -9,94 |
TORD11 | Desenvolvimento | -6,22 |
BROF11 | Lajes Corporativas | -5,27 |
BRCR11 | Híbrido | -2,58 |
VSLH11 | Títulos e Val. Mob. | -1,87 |
O desempenho negativo do XPPR11 ocorre após a gestão propor uma consulta formal para discutir a venda de um dos três imóveis do portfólio, o Edifício Faria Lima Plaza, na avenida Brigadeiro Faria Lima, região nobre para o segmento de lajes corporativas em São Paulo (SP).
O também fundo imobiliário Capitânia Office (CPOF11) ofereceu R$ 373 milhões pela participação do fundo no empreendimento – ou seja, 12.439 mil metros quadrados ou 30% do total.
A venda de ativos faz parte de estratégia do XPPR11 para reduzir a alavancagem (endividamento) do fundo. Atualmente, a carteira conta com uma dívida de R$ 586 milhões.
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